ESCREVER É
FÁCIL?
Passei quase oito meses para terminar meu último livro (esse
que você ainda não sabe qual é) e estou a uma semana tentando terminar outro em
curto prazo. Então, escrever é fácil? Depende.
É muito fácil você conseguir escrever sobre o
que acabou de ver. Eu faço isso a todo o momento. Eu digo o que se passa com os
sentimentos de outras pessoas. Vejo um casal romântico na praça da cidade e
escrevo a mais provável das situações: eles estão apaixonados. Quando vejo uma
criança andando em sua bicicleta, vejo alguém que pode enxergar coisas que nós
adultos não enxergamos. Vejo a criatividade em sua forma mais pequena, ou toda
a criatividade de um humano.
Então repito, escrever o que vemos é fácil.
E escrever o que ouvimos é ainda mais fácil.
Minha amiga acabou de se apaixonar, e como
sequencia ou consequência, me disse coisas absurdas sobre o amor. Isso mesmo,
absurdas! Daquelas que a gente só ouve em filmes de comedia romântica. Ela
disse sobre as flores terem se tornado mais vivas e como as pessoas andam
sorrindo para ela na rua. “Que parece que elas estão vendo seu coração” Eu me
pergunto á quanto tempo o mundo virou médico para conseguir enxergar o coração
de alguém? E mesmo assim fico feliz. Já que hoje eu não terei tanto trabalho
para escrever meu novo texto.
Mas escrever o que está na nossa cabeça não é
nada fácil. Um livro de mais de 200 páginas é turbulento. É desgastante. É
surreal. Porque mesmo que procuremos a realidade, é tudo ficção. Escrever um
livro não é nada fácil. É diferente desse texto, é diferente do que vemos, é
diferente do que ouvimos. Isso é obvio, porque preciso dizer? É só
porque as pessoas se esquecem dessa profissão.
É porque ser escritor dá trabalho.
É porque ser escritor dá trabalho.